Uma carta pra você - 01

1/02/2015

Oi filho! 

Sempre me falaram que o tempo passa rápido demais quando se tem um bebê em casa. Apesar de terem existido momentos em que parecia que o tempo não passava nunca, como as semanas em que você sofria de cólica todas as manhãs ou a fase em que você não queria pegar no sono de noite, eu confesso que esse clichê de que o tempo voa é mais que verdadeiro.

Eu tenho tão fresco na minha memória o momento em que na maternidade colocaram você sobre o meu peito e eu pude observar minuciosamente cada movimento e cada descoberta suas... Respirar o ar até então desconhecido, chorar pela primeira vez, abrir aos poucos os olhinhos, segurar os dedos do seu pai. Lembro também que de noite me deram um bercinho pra eu colocar você do lado da minha cama, mas eu desde a primeira noite te coloquei do meu ladinho e desde então nunca mais dormi sem você colado em mim. Esses momentos foram e têm sido tão preciosos!

Agora três meses já se passaram e é incrível como três meros meses significam um avanço indescritível na sua vida. Você já observa tudo com muita atenção, sabe sorrir e gargalhar, interage com todos ao seu redor, segura os seus brinquedos com as suas mãozinhas, não pára de "falar" e mexer as perninhas e todos os dias faz tentativas de querer se virar. Tenho certeza que muito em breve você vai conseguir.

Não tenho palavras pra dizer o quanto eu me sinto feliz em estar do seu lado acompanhando cada avanço do seu desenvolvimento. Existem coisas que realmente só mães entendem. Quando você tentou pela primeira vez pegar em um brinquedinho, eu vibrei tanto! Até então você movimentava os seus bracinhos de uma forma tão descoordenada e de repente, estava lá atentamente abrindo a mãozinha e tentando segurar o seu brinquedo. Eu dou tanto valor aos pequenos detalhes do dia-a-dia e acho incrível ver de perto que o pegar em um objeto, pra você requer ainda muita concentração e força, enquanto nós adultos achamos esse um ato absolutamente banal. Que especial poder te ajudar nessas suas grandes conquistas.

Com você eu nunca tive a sensação de ter em casa um bebê frágil que eu teria receio de sequer tocar. Desde que você nasceu já conseguia sustentar sua cabecinha, era forte e robusto. Mas agora, depois que três meses se passaram, sei que um recém-nascido eu não tenho mais em casa. Você está cada vez mais móvel, até uma semana atrás, do jeitinho que eu te colocava na cama, você ficava. Agora tenho que sempre tomar cuidado pra você não cair. Mesmo você ainda não sabendo se virar, você se mexe dormindo, e vai "passeando" pela nossa cama.

A amamentação também continua sendo um momento mais que especial pra nós. Acho super interessante o fato de você me querer nesse momento só pra você. Se estou conversando com alguém ou em algum lugar movimentado, você não se concentra e começa a se engasgar. Eu sempre tenho a sensação que esse é o seu mecanismo pra me informar que quer que eu fique ali lhe contemplando e deixando esse momento ser exclusivamente nosso. Obrigada por sempre me lembrar que te alimentar é algo extremamente íntimo e que eu não devo fazer assim de forma tão automática.

Quando eu penso que três meses já se passaram, fico até triste ao pensar que daqui a mais três meses devo introduzir as primeiras papinhas. Eu sei que isso não significa que eu pararei de amamentar, mas tenho certeza que essa fase será mais difícil pra mim do que pra você. Significará que você depende menos de mim e por mais que eu queira te criar "pro mundo", sim, o tempo passa mais rápido do que eu gostaria. Antes você precisava de no mínimo 40 minutos mamando, agora você está tão "expert" no assunto, que 5 minutos são suficientes. Mas o que eu ando adorando é o fato de você dominar bem mais os movimentos das suas mãozinha e bracinhos. Enquanto você mama, você passa a mãozinha sobre o meu colo, segura a minha blusa... Eu fico te observando e aproveitando cada carinho que você faz em mim.

Eu estou aqui escrevendo essa carta, enquanto carrego você no Baby Wrap e escuto cada respiração sua. Quantas pessoas já me falaram que você com os seus 8kg já está grande demais pra ser carregado desse jeito? Que eu estou te mimando? Mas a verdade é que eu sinto que é assim que você mais se sente bem e eu quero proporcionar isso à você seja qual for o tempo que você precisar. Eu amo carregar você e você ama ser carregado! O que tem de mal com isso?

Esses três meses foram incríveis e eu quero te agradecer por ser esse bebê tão cheio de paz e fácil de lidar. Mesmo eu estando aqui o dia todo sozinha com você e não tendo a ajuda de familiares por perto, ainda não vivi nesses três meses dias em que eu tivesse esgotada a ponto de não saber como faria daqui pra frente. Nós formamos a dupla perfeita, eu tento enxergar naturalidade em cada ato seu de dependência de mim. Você é meu bebê e eu estou aqui pra te ajudar em todos os momentos da sua vida.

A mamãe te ama, Lio!

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